O fisiologismo ameaça

Por mais de uma vez, temos escrito contra o sistema partidário brasileiro, pouco democrático e a serviço da politicagem. Uma prova mais que evidente disso é o que ocorre no Ceará, no que concerne à sucessão, quando nos referimos à situação dos partidos e lideranças da oposição. Se, como nas décadas 40, 50 e até 60, tivéssemos apenas um número reduzido de partidos, seria mais fácil. Quando predominavam UDN e PSD, cada qual com seus dois ou três partidos aliados, lançava o seu candidato, o outro já tinha também pronta a sua chapa. Neste ano de 2018, enquanto o grupo governista, solidamente constituído por quase 20 partidos, tem sua chapa quase pronta, os cinco ou seis partidos que formam a oposição patinam sem conseguir chegar a um denominador comum sobre o nome que pretendem apresentar ao eleitorado. Era o tempo em que um fio de bigode garantia a palavra dada e que aliados iniciavam suas campanhas sem atropelos, já que todos, políticos e eleitores, tinham posições definidas, salvo algumas raras “viradas”. Se a Oposição continuar sem candidato, há sérios riscos do fisiologismo funcionar como força de atração para cooptar lideranças, tendo em vista a maioria dos deputados com reeleição cada dia mais difícil.

Obra incompleta Arranca-rabo, ontem na Assembleia Legislativa quase leva às vias fato os deputados Evandro Leitão e Capitão Wagner. O primeiro, devotado líder do Governo, disposto a ir além das habituais e costumeiras farpas para conter adversários. O segundo, aguerrido contestador adepto da filosofia do “se hay gobierno, yo soy contra”. Ambos ensaiaram uma ópera que virou opereta, deixando incompleta uma obra que ajudaria a imprensa a vender mais jornais hoje.

Frouxo & Mocinha. Um dos litigantes foi chamado de frouxo e o outro, de “mocinha”, coisas que, até então, ninguém desconfiava. Se esse foi o preço para não se manchar de sangue o sagrado recinto do parlamento, até que saiu barato.

“Esculhambaria”. O episódio, como diria oportunamente o deputado Fernando Hugo, foi uma “esculhambaria” digna do Bar Vesúvio, cabaré que reunia a fina flor da política da Bahia, no século passado.

Palestra. Ainda sem data certa, a palestra do secretário André Costa na sede do Agropacto, apresentando as estratégias daquela pasta para impedir que a bandidagem chague também à área rural.

Beligerância. Depois dos últimos acontecimentos, a presença do titular da SSPDC seria mais útil no Legislativo para atender a pacificação de facções beligerantes na “Casa do Povo”.

Choque. Pegou mal o bate-boca em que se envolveram, no Plenário da AL, os deputados Capitão Wagner e líder do Governo, Evandro Leitão, e que por pouco não resultou em corpo-a-corpo entre ambos.

Flor-da-pele. Cenas lamentáveis poderão se repetir, caso o presidente Zezinho, ignore que os nervos dos deputados estarão sempre à flor da pele durante a campanha.

União de todos. Para o deputado Heitor Férrer, a Polícia Militar jamais poderá, sozinha, combater e vencer a criminalidade no Ceará, o que só acontecerá com a união de toda a sociedade com esse objetivo.

Reunião. Em Recife-PE, nove governadores do Nordeste estarão reunidos, amanhã, para continuar a estéril discussão da Transposição do São Francisco.

Sem tostão . Com a liberação pelo TSE das doações eleitorais, abundam nas redes sociais advertências tipo: “Eles já tomaram do povo 2,6 bi com o Fundo Partidário. Não dê mais nem um tostão”.

“Os jornalistas, na sua grande importância, têm como dever a nobre missão de defender a paz e aqueles que não têm voz”. Papa Francisco, falando a jornalistas, no Vaticano.

Fonte:O Estado