O governador Camilo Santana (PT) suspendeu na noite deste sábado, 13, o projeto Bonde Cultural e Turístico de Fortaleza, que visava a requalificação do Centro. “Diante do crescimento da crise sanitária com a 2ª onda da Covid, este ano, com impacto para todas as áreas, além da saúde, não considero oportuna a continuidade do projeto”, determinou Camilo em redes sociais.
O governante segue afirmando que não tem problemas em reavaliar ações ou ideias em casos que julgue necessário. “Meu único compromisso, ao longo dos últimos seis anos e dois meses, tem sido trabalhar pelo bem dos meus irmãos cearenses”, completou.
O projeto tem extensão de 2,1 km e quatro paradas, com percurso que inicia no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e passa por três outras paradas – Mercado Central, Estação das Artes e Theatro José de Alencar, integrando referências da história e cultura da Capital, como a Biblioteca Estadual do Ceará (Menezes Pimentel), Teatro São José, casario histórico da avenida Pessoa Anta, Forte de Nossa Senhora da Assunção, Catedral da Sé, Passeio Público e Emcetur.
No dia 12 de fevereiro, a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) chegou mesmo a anunciar o consórcio MPEMPE/TEMOINSA/MOB/COMOL como o vencedor da disputa pública para a implantação do projeto de Bonde Elétrico Cultural e Turístico de Fortaleza. O consórcio é formado pelas empresas MPE Engenharia e Serviços S/A, TEMOINSA do Brasil Ltda, Mob- Railway Tecnologia Engenharia Ltda e COMOL Construções e Consultoria Moreira Lima Ltda.
O custo da obra foi orçado em R$ 115.964.842,07 e a expectativa era de que construção fosse concluída em 15 meses após a assinatura da ordem de serviço. Em cada viagem, poderiam ser transportadas 230 pessoas em média.
Desde a data da sua publicação, a iniciativa contou com críticas de alguns parlamentares. Na última sexta-feira, 12, o deputado estadual Heitor Férrer (SD) enviou denúncia ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público do Ceará (MPCE) sobre a construção de um bondinho. Desde o ano passado, ele se manteve crítico ao projeto.
“Em um momento crítico como o que estamos enfrentando, seria uma grande insensibilidade do governador ao sofrimento da população dar continuidade à essa insana obra. O estado tem outras prioridades”, afirmou o parlamentar sobre a decisão de Camilo.
O Projeto
O bonde será movido a energia elétrica, sem catenária e no estilo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). De acordo com o projeto, por ser movido a eletricidade, o bonde será silencioso e sustentável, evitando a emissão de poluentes na atmosfera. Ainda é previsto no plano que a alimentação será feita por meio de baterias e/ou supercapacitores, que são dispositivos que armazenam energia.
O consórcio vencedor é responsável pela implantação do projeto desde a aquisição do material rodante e obras civis até o desenvolvimento dos projetos executivos de arquitetura, engenharia e sistemas, e operação assistida do equipamento.