A estreita margem de Roberto Claudio

O fim da aliança dos Ferreira Gomes com o PMDB do senador Eunício Oliveira e a possibilidade de o PT lançar candidatura própria colocam o prefeito Roberto Cláudio (Pros) sob a ameaça de ter pouco apoio político e irrisório tempo de propaganda eleitoral, na hipótese de concorrer à reeleição em 2016.

Rompido com RC desde as eleições estaduais do ano passado, o vice-prefeito Gaudêncio Lucena (PMDB) não vislumbra uma reaproximação política. Primeira grande baixa da gestão, o peemedebista diz que o partido deverá conservar o arco de aliança que compôs a candidatura de Eunício para o Palácio da Abolição.

Segundo Gaudêncio, a partir da discussão com o grupo de partidos, será lançado um nome para concorrer à sucessão de Roberto Cláudio. O vice-prefeito da Capital projeta que a sigla deverá ter nomes em toda a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), tendo em vista o “capital eleitoral significativo” que o PMDB conquistou no pleito passado. Gaudêncio lembra que Eunício venceu o hoje governador Camilo Santana (PT) na RMF.

Líder da oposição à gestão Roberto Cláudio na Câmara Municipal, o vereador Ronivaldo Maia (PT) defende que o partido tenha candidatura própria em 2016. Uma das razões, segundo ele, é a “mal avaliação” da atual gestão pela população. “Como é que apoia um governo tão ruim?”, justifica.

O parlamentar, porém, não assegura que a legenda lance um nome para disputar o pleito porque “terá forças ligadas ao governador Camilo Santana para tentar apoiar Roberto Cláudio” como forma de retribuição ao apoio que o Pros deu à candidatura do petista ao governo.

Ronivaldo lembra, ainda, a imagem desgastada que o PT carrega, atualmente, em razão da crise enfrentada pelo governo Dilma Rousseff. De acordo com o parlamentar, a candidatura poderá depender da imagem do partido no ano que vem.

Desafeto do grupo político de Roberto Cláudio e aliado do PMDB, o presidente estadual do PR, ex-governador Lúcio Alcântara, cita o Capitão Wagner, deputado estadual mais votado na eleição passada para a Assembleia Legislativa, como um possível nome do grupo opositor para disputar a eleição.

É também do parlamento estadual que pode sair, mais uma vez, um candidato a prefeito de Fortaleza. Heitor Férrer (PDT), que no último pleito teve mais de 20% dos votos e ameaçou ir para o segundo turno, é um dos nomes mais citados.

O PSDB, que trabalha para reconstruir o partido no Estado, também poderá lançar candidatura própria. O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) é um dos entusiastas da tese. O nome da presidente do Sindicato dos Médicos (Simec), Mayra Pinheiro – ligada ao senador Tasso Jereissati (PSDB) -, surge como uma possibilidade da sigla para concorrer.

Fonte: O Povo