Maturidade e realismo

A permanência do ex-presidente Lula da Silva no Ceará, na condição de candidato a mais um mandato como presidente, se não produziu grandes resultados no que diz respeito aos seus objetivos para reconquistar o Palácio do Planalto, serviu para mostrar aos políticos do nosso estado, principalmente aos petistas de todas as alas muita maturidade política, além de notável realismo no que concerne ao momento político que atravessam a Nação e o Ceará. Lula, como se sabe, para chegar à presidência do Brasil teve uma carreira repleta de muita coragem e muito talento para liderar.

Também cometeu erros políticos, incluindo até beber em excesso e insultar adversários com palavrões de baixo calão. Entretanto, amadureceu e, nessa condição, deu, não só aos seus fiéis aliados, como a líderes até de partidos adversários lições de como se deve usar da habilidade e reconhecer até onde a política pode ser praticada sem paixão exorbitante, assim como ceder diante de uma situação que exige renúncia à paixão partidária. Enquanto alguns petistas radicais insistiam em transformar o Ceará em apenas um simples reduto lulista, e defendendo uma candidatura própria nem que seja para “cumprir tabela”, ele deu o recado curto e objetivo, diante da necessidade da formação de força multipartidária com um objetivo maior, que o de livrar o Brasil do extremismo da direita, fruto do bolsonarismo. Segundo a sua receita, é preciso, antes de tudo, estabelecer uma coligação sólida e, com isso, um palanque poderoso, e coordenado pelo governador Camilo, a seu ver, líder maior do Ceará e nacionalmente respeitado.

Jogo pesado de Ciro. Ignorando as manobras de Lula no Ceará, o que incluiu até conversa fechada com o irmão dele, senador Cid Gomes, o ex-ministro Ciro Gomes manteve a mão pesada na continuidade de suas críticas ao ex-presidente, afirmando que a grande vitória de Jair Bolsonaro, o pior dos candidatos a presidente não teve nenhum mérito dele, e que tudo não passou de uma gigantesca reação nacional ao petismo, haja vista que hoje, Lula e Bolsonaro têm rejeição de 40%.

Nova mancada. O senador Eduardo Girão, do Podemos, não para de cometer mancadas em seus pronunciamentos. Uma delas foi acusar o governado do Ceará, Camilo Santana, de “estar fazendo sala” para Lula, um político envolvido em corrupção. Só que ele também “faz sala” para s filhos e amigos de Bolsonaro, acusados de toda as trapalhadas.
É a política. 

Causou surpresa a informação de que o deputado Romeu Aldigheri (PDT), principal responsável pela aprovação e instalação da CPI das Associações Policiais, não poderá presidir nem ser o relator. Isso, dizem, devido a ameaças de adversários políticos e defensores dos amotinados, de trazerem a público detalhes da sua vida política.
Apostando alto. Enquanto partidos aliados do PDT, comoo PSD e o PP se esmeram para engrossar a sua bancada federal e a estadual, o senador Cid Gomes, que trabalha em “full-time” pelo engrandecimento do PDT, assegura que, conforme os entendimentos com prefeitos e lideranças, a sigla terá 14 deputados estaduais e dobrará a sua bancada federal.

Tasso fora. O senador Tasso Jereissati estaria comunicando ao comando nacional do PSDB a sua desistência de disputar a pesquisa interna do partido para a disputa da presidência da República, o que seria causado por recomendações médicas. Com isso, sai de cena um dos raros políticos com personalidade e competência para conduzir a Nação.

Dupla perda . Sobre o senador Tasso Jereissati, não é só a sua desistência da consulta interna do PSDB sobre candidatura a presidência que traz perda à política nacional. O problema é que também estaria se despedindo do Senado, que deixa em 2023. Com isso, o PSDB do Ceará terá que se esmerar para escolher quem o substitua na Câmara Alta.

Atitude sensata. Na visão do deputado André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, foi uma atitude sensata da parte dos governadores de Estado, em vez de uma nota contundente após o Fórum de Governadores, uma proposta de entendimento pacífico com o presidente Bolsonaro para impedir um choque irreversível entre os poderes.

Patada do Dória. O governador de São Paulo, jaó Dória, Jr também comete mancadas lastimáveis em suas declarações, principalmente no que se refere à disputa presidencial. No programa Roda Viva, da TV Cultura ele, provocado sobre a formação de uma chapa com Ciro Gomes, despistou, e disse apenas: “Nós não estamos no mesmo tempo”. E agora, Ciro?
Terceira dose. Na Assembleia Legislativa, os deputados e médicos Antonio Granja (PDT), Heitor Férrer (Solidariedade) e Fernando Hugo (PP), concordam com a utilidade da aplicação de uma terceira dose das vacinas anti-COVID-19, indicadas inclusive pala ANVISA e a OMS. Ainda bem que não vai depender da má-vontade de Bolsonaro.

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