Heitor cobra promessas feitas pelo governador

O governador Camilo Santana foi eleito no pleito de 2014 após derrotar o candidato do PMDB, Eunício Oliveira, no segundo turno das eleições estaduais, ocorridas no dia 26 de outubro daquele ano. O caminho trilhado pelo petista foi questionado ontem na Assembleia Legislativa, quando o deputado estadual Heitor Férrer (PSB) cobrou o cumprimento de promessas feitas pelo então candidato. “Quando se elege com promessas consideradas carros-chefes de campanha, não podemos deixar de cobrar o seu cumprimento. O governante não pode deixar de cumprir”, disse Heitor.

O parlamentar relacionou os compromissos de Camilo Santana para áreas como saúde, educação, moradia e segurança. “O governador, dentre as várias promessas feitas para a saúde pública, que anda aos frangalhos, prometeu abrir policlínicas em Fortaleza para consultas especializadas. Mas até agora não tem nenhuma preconizada para a cidade, aberta pelo governador”, apontou. “(Camilo) Prometeu abrir uma UPA em todas as cidades com mais de 50 mil habitantes. Mas para nenhuma delas, tem recurso no orçamento do ano que vem”.

Na educação, continuou, o governador fez promessas que deveria ter cumprido logo no primeiro ano de sua gestão. “Ele prometeu criar a Bolsa Universitária, para ajudar estudantes mais carentes do ensino público nos primeiros seis meses das faculdades estaduais. Já estamos no primeiro semestre de 2016 e até o momento, nenhum sinal”. Ainda na área educacional, Heitor citou o compromisso de instalar centros de línguas estrangeiras, em cada regional do Ceará. “Tem algum? Posso assegurar que não há nenhuma construção. Também disse que iria garantir, através de convênio com a iniciativa privada, estágio remunerado para estudantes do ensino superior que estivessem no último semestre de curso. Cadê o estágio?”, questionou.

Para reforçar a segurança, Heitor Férrer lembrou que havia a proposta de implantar 22 duas delegacias na Capital e Interior. O socialista rememorou ainda que foi prometida a substituição de casas de taipa por outras de alvenaria. “Isso fez toda a diferença na hora em que o eleitor estava na frente da urna. Ele acreditou que receberia uma casa construída com tijolos, mas desafio a aparecer aqui na Assembleia uma só pessoa que tenha sido contemplada dentro desse projeto”, insultou.

As críticas foram reforçadas pelo deputado Danniel Oliveira (PMDB) que questionou a entrega de computadores prometidos para os melhores alunos das escolas. “Diante de tantos estelionatos, esta é uma questão simples para o Estado, mas por falta de sensibilidade, não entrega os computadores como incentivo para que continuem estudando. Por isso os alunos saem do Interior e vêm cobrar em nossos gabinetes. Isso é só um exemplo diante de tanta coisa oferecida e não entregue”, colocou o peemedebista.

Após o posicionamento dos opositores, Evandro Leitão (PDT), respondeu, como líder do governo, lamentando que Heitor não se encontrasse no Plenário 13 de Maio naquele momento. Ele relacionou as realizações de Camilo Santana em menos de dois anos de governo, e disse não ser coerente falar de estelionato eleitoral diante de tudo o que já foi feito na metade do mandato.

Evandro apontou a implantação do Bilhete Único Metropolitano, o piso dos agentes de saúde, auxílio-alimentação para professores temporários, as promoções e gratificações dos policiais, além do reforço da tropa. “Quanto aos notebooks, os primeiros 15 mil alunos já estão recebendo”, contou o líder. “Seria bom também falar sobre o que já foi realizado em pouco tempo, atingindo a várias categorias diferentes”, exclamou.

Pouco antes de o líder terminar de se pronunciar, Heitor retornou ao plenário e disse, no pela ordem, achar interessante que o governo faz o que não prometeu enquanto os compromissos firmados ficariam para trás. “O Bilhete Único é uma grande política pública e por isso votamos a favor quando veio para a Assembleia, mas as demais realizações se concretizaram porque o governador foi pressionado e teve que se curvar”, relatou. “O líder faz o seu papel de mostrar o que foi feito e nós (oposição), aquilo o que não faz”, concluiu.

Fonte: Diário do Nordeste